quinta-feira, 26 de julho de 2012

Presidente do STF veta a palavra MENSALÃO

Os jornais de hoje trazem a notícia : "AYRES BRITO VETA A PALAVRA  "MENSALÃO.  O presidente  do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Brito, tomou uma decisão. Pediu que todos os ministros da corte passem a se referir à Ação Penal 470, e não ao "processo do Mensalão". Isso porque o termo "mensalão" expressaria um pré-julgamento"


                            Isso me traz à lembrança um caso que certa vez me contaram, e,  que teria ocorrido na pacata cidadezinha de Capimpuba do Oeste. 
                      Lá, o chefe do destacamento policial, o Cabo Antônio, era, depois do vigário, a maior autoridade local. Nem mesmo o prefeito gozava de tanta credibilidade junto à população quanto o Cabo Antônio.  O Cabo era pau pra toda obra. Briga de vizinhos, separação de casais, desentendimentos de namorados, discussões no boteco da praça, até pequenos furtos (o que pouco acontecia naquela pacata cidadezinha do interior), pra tudo era chamado o Cabo Antônio. E ele, de um jeito ou de outro, sempre resolvia a demanda. 
                       Em uma visita que o Governador fez à Capimpuba, ele ficou impressionado com a popularidade e o prestígio do Cabo Antônio. A tudo que se referia, a qualquer problema, alguém ao seu lado lhe informava que o "Cabo Antônio já resolveu". Foi assim que o Governador anunciou: "temos de promover o Cabo Antônio a Sargento; ele merece essa promoção". 


                       Pronto! Daí pra frente, depois da esperança de promoção, o Cabo Antônio passou a andar com o peito mais estufado, e, se alguém o chamasse de "Cabo Antônio", ele o olhava com desdém, não escondia seu descontentamento e afirmava com convicção: "Sargento Antônio".  O futuro sargento vivia momentos de expectativas, a qualquer instante chegaria o documento de sua promoção. 
                        Um dia, a promoção chegou. A notícia logo correu pela cidade. O vigário usou o alto falante da Igreja de S. Sebastião e fez o anúncio com desmedida euforia. Jubiloso, o prefeito marcou a homenagem ao ilustre capimpubiano em Praça Pública. A insigne promoção seria anunciada, oficialmente, em grande festa popular, na manhã de domingo, na Praça da Igreja, logo após a missa das oito.


                        O ex-cabo Antônio já não aceitava mais que o chamassem de Cabo Antônio. 
                        Chegou o domingo da grande homenagem. As crianças das escolas municipais, e também os jovens do ginásio estadual, todos, uniformizados e perfilados , em frente ao palanque armado para agasalhar as autoridades naquela manhã ensolarada. A fanfarra do ginásio, que só desfilava no Dia da Independência, também estava lá, dando o seu show particular. Centenas de populares, talvez milhares, a cidade toda, aglomerados na praça, cada qual em busca da melhor posição para acompanhar o acontecimento histórico.
                        Terminada a missa das oito, as autoridades foram para o palanque, inclusive o ex-cabo Antônio, acompanhado pelo prefeito e pelo vigário. O locutor do parque de diversões, convocado para animar a cerimônia, anunciou a abertura da mesma, com a execução do Hino Nacional. O hino foi tocado no alto falante da Igreja, e cantado pela população. Ao final, a praça toda explodiu em aplausos. Emocionado, o locutor do parque anunciou a palavra do prefeito, para dar abertura à solenidade tão esperada por todos, especialmente pelo ex-cabo. 
                      Sob aplausos, o prefeito disse:


                      - Pooovo de Capimpuba do Oeste ! É com justificável orgulho e inusitado prazer que declaro aberta essa memorável cerimônia, em homenagem a esse homem que é exemplo da nossa cidadania, o símbolo maior da nossa segurança, para quem eu peço um viva dos mais vibrantes, de todos que lotam esta praça : VIVA O SARGENTO CABO ANTÔNIO !!!


                        Todos gritaram "vivaaaaa!", só o ex-cabo baixou a cabeça, e ficou calado...



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                      O mesmo acontecerá com essa proibição do Presidente do STF. 
                      Vai chegar a hora em que algum ministro estará falando sobre a Ação Penal 470, e alguém vai perguntar:
                      - Que Ação Penal é essa, Ministro?


                      - É a do Mensalão!!!  















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