sábado, 14 de julho de 2012

A Vergonhosa Máfia dos Suplentes de Senadores

       Em março deste ano, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o texto da Proposta de Emenda Constitucional, que modifica regras para eleição dos suplentes de senadores. Essa PEC faz parte da proposta de reforma política. O texto aprovado reduz de dois para um o número de suplentes e proíbe a inclusão na chapa do candidato  de cônjuge ou parente consanguíneo até segundo grau e de filhos adotivos.


       Um dado alarmante, e desmoralizante, é divulgado frequentemente nas justificativas para mudanças substanciais nesse sistema caduco, velhaco e cheio de lances de corrupção: Em 20 anos, mais de 200 suplentes assumiram cadeiras no Senado Federal.  Agora mesmo, Goiás está com dois suplentes, que não receberam votos nunca em suas vidas, em exercício definitivo dos mandatos de senadores!!!


       Isso é uma desmoralização total das atividades políticas. 


       Desses suplentes que exerceram e exercem funções de Senador, a grande maioria é formada por parentes do senador titular (pai, esposa, filhos, primos, cunhados, tios e irmãos) e boa parte deles por empresários financiadores de campanhas. No caso de Goiás, os dois suplentes/senadores que exercem mandatos nas vagas deixadas pelos titulares eleitos são financiadores de campanhas. 


       A PEC aprovada pela CCJ do Senado Federal, na proposta de reforma política, não resolve nada.


       Essa proposta, simplesmente,  vai impedir a indicação de dois suplentes e de parentes do candidato até segundo grau. Mas, a vergonhosa manobra de se indicar suplente financiador de campanhas, totalmente desconhecido do eleitor, e comprometido com empresas que têm interesse em obras públicas, vai continuar sem qualquer modificação.


       O Senador é um parlamentar. Numa Democracia, todos os ocupantes do Parlamento devem ser eleitos diretamente pelo povo. 


       Por que essa ELEIÇÃO INDIRETA DE SENADORES?


       É um incentivo à corrupção, e mostra ao povo brasileiro que a maioria dos integrantes das nossas câmaras legislativas está descompromissada com a ética na política.


       Seria difícil encontrar-se outra fórmula para o preenchimento da suplência de senador?
Claro que não !


        A solução salta aos olhos de todos, só não a vê quem tem  o interesse de se fingir de cego, e, quer dar uma martelada no prego e  outra na ferradura. Resumindo: só não enxerga aquele que deseja manter a fonte de corrupção aberta, para a indicação de empresário rico (geralmente rico por causa dos negócios favoráveis em obras públicas) como primeiro suplente de senador.


         Se houvesse o interesse político pela moralização, bastaria estabelecer-se que,  em caso de vacância da vaga no Senado (pela cassação de mandato ou morte do titular, ou pelo seu afastamento para o exercício de funções na área administrativa do País), assumiria a vaga, definitiva ou temporariamente, o segundo candidato mais votado nas eleições para Senador. Assim, esse suplente teria o respaldo político-eleitoral para representar o povo de seu Estado.
   
        Chega dessa pouca vergonha na escolha de suplentes de senadores !

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