segunda-feira, 9 de julho de 2012

Enfim, encontrado o Homem...

pouco mais de 2.300 anos, Diógenes, filósofo grego, foi visto pelas ruas de Atenas, à luz do dia, levando em suas mãos uma lanterna acesa, proclamando : "Procuro um Homem". 
Descrente dos homens de seu tempo, sem qualquer apego às convenções sociais e à riqueza, o filósofo vivia em um barril de madeira, a exemplo do Chaves, personagem de humor imortalizado por Roberto Bolaños. Morreu, em 327 antes de Cristo, sem ter encontrado o Homem que tanto procurara. 
Até a madrugada de hoje, passados dois mil e tantos anos, a humanidade seguia de lanterna acesa na mão, em busca daquele verdadeiro homem ideado por Diógenes.  
Enfim, às 3 horas desta segunda-feira (09 de julho de 2012), foi encontrado o homem honesto que povoava  a imaginação de Diógenes. Ele é maranhense, 36 anos de idade, morador de rua em São Paulo, que há quatro meses vive embaixo do viaduto Azevedo: é REJANIEL DE JESUS SILVA SANTOS.
Na madrugada que passou, Rejaniel ouviu o barulho do alarme de uma loja próxima ao viaduto, correu lá pra ver o que era, encontrou no meio do caminho um saco com dinheiro - notas e moedas - quase 20 mil reais, abandonado próximo a um ponto de ônibus.  Imediatamente, Rejaniel  abordou um segurança que passava em uma moto, e pediu a ele que ligasse para a polícia. Os policiais não acreditaram que Rejaniel, um morador de rua, estava entregando a eles um saco de dinheiro; e , pela sua honestidade, deram parabéns ao catador de papel, que ganha cerca de R$ 15  por dia...  
Depois de tantas entrevistas às emissoras de rádio e de televisão, Rejaniel não se conteve, e disse que, a todo momento, só pensava em sua mãe, que vive no Maranhão, e com quem perdeu todos os contatos desde que viera morar na rua : "A minha mãe me ensinou que não devo roubar e se vir alguém roubando devo avisar à polícia. Se ela me assistir pela TV lá no Maranhão vai ver que o filho dela é ainda uma das pessoas honestas deste mundo ". 
Desse episódio, tiramos uma lição : as mães, em sua grande maioria, ensinam aos seus filhos os caminhos da honradez. Se há desvios, esses ocorrem alheios à influência das mães.
Será que ainda vai chegar o dia em que os corruptos que assaltam os cofres públicos pensarão em suas mães?
Que o exemplo de Rejaniel floresça entre nós...

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